quarta-feira, 17 de março de 2010

Sentir

17-03-2010
No inicio eras uma simples pessoa, passava por ti e nunca dei pela tua presença. Até que simplesmente comecei a reconhecer-te. As palavras eram vazias. Depois era uma droga, uma necessidade, ligar-me a ti de alguma forma. Quando te sentia secretamente tremia por todo o lado, sentia-me a explodir quando me dizias as coisas me faziam pensar que nunca te ia perder, que era demasiado importante para o teu ser. Tornaste-te único, algo que não conseguia deixar. Feri-te sem perceber, sem entender o que tinha feito. Fique tão vazia por dentro, com a frieza com que te dirigias a mim, com o horror da afirmação que li, mesmo assim continuavas a ligar-te a mim e eu senti que talvez não era a única que necessitava de me sentir em ti, pois apesar de tudo o que soltas-te na minha direcção continuavas a interagir comigo como se não vivesses sem isso. De algum modo ficava feliz. No espaço de 48 infernais horas tudo voltou ao inicio estavas tão feliz e disseste que era por eu estar contigo, fique...! Eras verdadeiramente uma grande parte do meu ser. Eram tão poucas as palavras ditas cara-cara, era tão ardo-o sentir o teu calor humano, que um dia não te consegui ouvir. Sentia-te perto de mim e tu estavas frio, duro, não me querias olhar, falar (é difícil arranjar as palavras certas) pensei que mais uma vez a nossa ligação estava fraca, muito fraca. Desapareci da tua consideração, conhecia-te como o meu cheiro, sabia que estavas desiludido. Sempre que os meus olhos alcançavam o teu corpo, a minha voz tentava soltar-se para te chamar mas automaticamente ficava sem ar. Não saias da minha mente e a cada minuto que passava relembrava tudo. Decidi que quando te sentisse perto de mim ia sorrir e por momentos não havia mais nada do que o som da tua voz a dirigirse a mim, tudo o que eu mais queria voltou, um simples sinal de que me sentias que a ligação permanecia. Mas a tua voz estava insegura, magoada... Ainda nada é igual. Eu preciso de sentir tudo como era, preciso do inicio. Eternizo-te. Amo-te!